quinta-feira, 4 de março de 2010

Hipnose e o Infantilismo

Muitos de nós, após ler um conto infantilista, mesmo os fantasiosos, já se pegou desejando vivenciar o que se passou no conto, mas acabamos por afastar tais desejos da nossa mente por acreditar que uma regressão ou ver a si mesmo no corpo de uma criança seja impossível. Porem, talvez, exista meios seguros de alcançar tais objetivos e é exatamente o que este artigo tenta evidenciar. Nele iremos explorar o que nossa mente é capaz de fazer e, se fosse possível tornar real o que vemos nos contos fictícios, o que seria necessário para que essas sensações se tornem realidade.
Antes de dar início, porém, se faz necessário falar um pouco sobre nossos sentidos, o que nossa mente é capaz e o conceito de realidade.
Quando percebemos o mundo a nossa volta, mesmo sem nos darmos conta, são os sentidos que nos permitem absorver as informações da vida. O simples uso da fralda, por exemplo, uma atividade tão comum na comunidade infantilista, pode ser visto como uma explosão de sensações e são elas que abrem as portas para nossas fantasias e necessidades. Ao exemplo do uso da fralda é importante refletir o que percebemos ao colocá-la. Temos a princípio o uso do sentido da visão quando olhamos para os preparativos, o material, os produtos envolvidos (talco, óleo, etc.). É como se tivéssemos aberto a porta para nossa fase infantil (ou nossos desejos sexuais no caso dos fetichistas). Em seguida o sentido da audição é bombardeado com os “Cracks” do plástico ou os “clicks” de um botão sendo apertado até que a calça plástica esteja totalmente fechada. Alem desses dois ainda temos o sentido do tato que é atiçado quando o material entra em contato com nossa pele e o olfato quando sentimos o cheiro característico da fralda ou, ainda, quando utilizamos uma fralda infantil que realmente possui um perfume tão comum a nossa real infância.
Todos esses sentidos são estimulados em um período muito curto de tempo e são exatamente eles que nos dão a certeza de que aquele momento é real. Mas é importante ressaltar que o que vemos, escutamos, tocamos ou cheiramos só é real em nossas mentes. Não é na região onde tocamos que sentimos o toque, é em nossas mentes e é lá que se processa toda a realidade como a conhecemos. Dessa forma, todos os sentidos não passam de sinais elétricos interpretados pelo cérebro que após identificar se aquele sinal elétrico é conhecido (processo de lembrança sensorial) ele o identifica como real e informa onde está ocorrendo o estimulo (no caso do toque). Então, o que entendemos como real nada mais é que uma aproximação da realidade já que o que interpretamos por meio dos sentidos vem carregado de nossas concepções e crenças do que é possível e o que não o é.
Portanto o que definimos como real e possível está diretamente ligado ao que racionalmente o definimos como tal e é ai que um questionamento acerta do que é ou não real precisa ser feito: “E se os valores e concepções que definem o que é ou não real fossem desligados por um momento?” ou “E se pudéssemos definir o que é possível sem que nossos paradigmas lógico/racionais interfiram em nossa análise?”. É por meio desses questionamentos que talvez sejamos capazes de controlar o que vivemos e sentimos tendo como limite tudo o que nossa imaginação nos permitir.
Havendo entendido que existe a possibilidade para moldar nossa concepção da realidade, precisamos, agora, identificar quais são as ferramentas necessárias para tal. Procurei pesquisar aquelas que não só sejam comprovadas de sua eficácia, mas também sejam seguras de que não teríamos resultados negativos ou nocivos a nossa vida social e cotidiana. A mais conhecida e que já existe até comprovação de seus resultados são as técnicas hipnóticas que nada mais são que meios de interagir diretamente com o nosso inconsciente. E para que o conteúdo deste artigo possua informações mais completas foi convidado para falar um pouco sobre a hipnose um dos maiores hipnólogos conhecidos no Brasil. O Sr. Olimar Tesser. Conhecido por sua atuação na área de hipnose de palco e hipnose terapêutica, concordou em participar de uma entrevista nos mostrando o que vem a ser a hipnose exatamente e de que forma ela poderia ser aplicada a fantasia ou mesmo ao fetiche infantilista. Vamos a entrevista:



1. O que vem a ser hipnose? O que ela pode ou não fazer?
É um estado alterado de consciência. Para se alcançar esse estado é preciso um certo nível de concentração e ela se dá ou por relaxamento ou por excitação. Existem três fases para se alcançar a hipnose, a vigília, a alucinação e o sono. Alem disso ela pode ser vista como um contato direto com o inconsciente sem que o raciocínio lógico e os paradigmas normais influenciem. Existem dois tipos de Hipnose, a Hetero-hipnose e a Auto-hipnose sendo a primeira proveniente de um hipnólogo e a segunda feita em si próprio.

2. Esta prática pode ser nociva de alguma forma?
Não, toda mente possui um escudo que são nossas concepções e valores. Se uma ordem ou sugestão for contra a índole da pessoa hipnotizada, ela sai do transe imediatamente. 

3. Existe alguém que não é suscetível a Hipnose?
Na minha concepção não existe uma pessoa não hipnotizável, existe um hipnólogo que não é preparado o suficiente. A grande maioria das pessoas é hipnotizada diariamente (dirigindo, por exemplo). Os únicos com maior dificuldade são os que possuem esquizofrenia, síndrome de down e retardamento mental. Quando comentam sobre um percentual de 5% de pessoas não hipnotizáveis este valor engloba as pessoas com tais problemas.


A Hipnose e o Infantilismo

4. Muitos praticantes gostariam de aumentar o controle de seu corpo para mante-lo em estado de total relaxamento muscular, deixarem de perceber ou manter dormentes regiões do corpo, intensificar sensações ou manterem suas mentes em estado de regressão por um período específico. Essa prática seria possível com a hipnose?
Completamente possível. Com a hipnose podemos intensificar o prazer, criar gatilhos que nos permitam fazer a pessoa ter um orgasmo com o estalar dos dedos, deixar uma área totalmente dormente ou relaxar um músculo independente se ele é liso ou estriado (movimentos involuntários ou voluntários). A exemplo da fantasia de vocês uma pessoa hipnotizada poderia ter acidentes molhando a cama ou sujando a fralda, é tudo uma questão de programação da mente. 

5. Muitos infantilistas fantasiam verem-se em um corpo de uma criança. Sendo assim, É possível inserir em uma pessoa uma imagem auto-corporal diferente da real com a Hipnose?
Sim, isso seria possível. Posso usar como exemplo uma das minhas apresentações onde uma voluntária olhava para o câmera-man e via um elefante. No caso da fantasia infantilista o simples fato de remeter a infância já é em si uma forma de hipnose. Com a técnica correta seria possível, inclusive, fazer a mommy ou o daddy ter realmente a impressão de que o parceiro se transformou em um bebe.

6. Existem membros da comunidade infantilista que, mesmo admitindo seu gosto pela prática infantilista, gostariam de não tê-lo. E estudos médicos/psicológicos convencionais já identificaram uma raiz muito profunda na mente das pessoas que a apreciam impedindo sua eliminação e sugerindo até a aceitação para que estes possam viver melhor. Em sua opinião, o que a Hipnose poderia fazer para ajudar aqueles que gostariam de eliminar tais desejos?
Bem, se ele quiser eliminar os desejos infantilistas eu identificaria onde se iniciaram tais desejos e depois faria um Reprint. Esta técnica é uma forma de sobrepor um trauma, fobia ou mesmo uma lembrança por outras mais positivas. Porém, se a pessoa quiser ajuda para aceitar a si eu o auxiliaria a encontrar os valores que construíram o desejo para que estes possam viver melhor.

Questões Éticas

7. Na sua Opinião Sr. Tesser, o uso da hipnose nesta fantasia teria algum conflito com questões éticas defendidas pelos hipnólogos?
Deixe-me explicar uma coisa antes. Existe uma diferença entre Hipnólogo e Hipnoterapeuta. O Hipnólogo é o profissional que usa seus conhecimentos para objetivos mais amplos do que os medicinais como shows, por exemplo. O Hipnoterapauta traz a técnica da hipnose para seu consultório. Eu sou os dois, porém, eu não sou Psicólogo ou médico, pois se eu fosse eu não poderia fazer Shows. Sobre a questão ética, não existe um regulamento que delimite muito firmemente o que é ou não ético no Brasil já que muitas pessoas podem ser habilitadas, porém não possuem a habilidade para um trabalho mais complexo da Hipnose.

8. Existem vários tipos de Hipnólogos como os terapêuticos, os anestésicos e os circenses, por exemplo. Em que tipo de Hipnose se encaixaria as atividades de hipnose que a comunidade infantilista gostaria de utilizar?
Isso irá depender do objetivo da pessoa. No caso de tratar alguém para deixar de ser infantilista eu usaria meus conhecimentos como Hipnoterapeuta, mas se eu quisesse incrementar a fantasia do infantilista eu usaria meus conhecimentos como Hipnólogo.

9. Na sua opinião, seria viável uma nova modalidade de Hipnose, uma menos medicinal e mais voltada para as diferentes praticas que compõem e complementam o sexo?
Como já coloquei, você pode aumentar ou diminuir sensações, fazer um gatilho para a pessoa ter orgasmos com um estalar dos dedos, adormecer ou tencionar um músculo dependendo do seu interesse. Ou seja, a espinha dorsal, as técnicas para a hipnose é uma só, depois você faz o que quiser. É tudo uma questão de saber programar o hipnotizado para que seus objetivos sejam alcançados. Nesse caso essa é a minha especialidade, pois é isso o que eu mais faço.


Com a entrevista do Sr. Tesser mostramos que as possibilidades para incrementar a fantasia infantilista são inúmeros bastando apenas encontrar a pessoa certa que domine essas ferramenta e nos ajude a viver o que conscientemente não podemos.

Gostaria de encerrar este artigo atentando a todos para um assunto importante. Nos jogos de Dominação/Submissão existe uma regra conhecida como SSC (São, Seguro e Consensual), então mesmo não havendo uma ética que delimite exatamente o que podemos ou não fazer com esta ferramenta, devemos ter em mente que fantasias são importantes, mas não podem transpor os limites do convívio normal em sociedade. Então aproveitem, mas não se esqueçam que temos, trabalho, responsabilidades, família e não é a todo momento que podemos viver nossas fantasias.

Mais uma vez espero que este artigo tenha sido de grande proveito e não deixem de postar suas opiniões. Temos, sempre, muito a aprender com a opinião de cada um.

Para quem quiser saber mais sobre o trabalho do Sr. Olimar Tesser:

http://www.curso-hipnose.com.br/
http://hipnose-tesser.com.br/blog/?p=3
http://www.youtube.com/watch?v=wP7j40NzLsI

E caso alguém tenha alguma dúvida quanto as possibilidades e técnicas ou estão interessados, entrem em contato: diaperkingrj@yahoo.com.br (yahoo messeger)