quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Entre Encontros e Desencontros

“Foi organizado no mês de setembro, dia 19, o primeiro encontro oficial infantilista do Brasil. As preparações deram início pouco mais de um mês antes e não faltou divulgação no site de relacionamentos orkut. O encontro contaria com cerca de 10 (dez) pessoas, porém com sucessivos e misteriosos casos de problemas familiares e viagens de ultima hora o encontro seguiu com cinco pessoas sendo uma mommy, dois babys e dois simpatizantes”
Entre muitos grupos infantilistas é comum encontrar assuntos voltados para um encontro fora da internet. Hoje ainda vemos muito receio a respeito disso ou até mesmo um falso desprendimento quanto a esta questão. Temos a exemplo um encontro organizado no Rio de Janeiro com sete infantilistas, ao todo, que confirmaram sua presença e alguns dias antes ( o encontro foi organizado com mais de um mês de antecedência para que fosse possível que todos comparecessem) apenas dois compareceram sendo que um nem mesmo residia na cidade. Felizmente o encontro obteve seu objetivo já que um dos infantilistas estava com sua mommy e o casal que antes era simpatizante a fantasia hoje incorporou o infantlismo em seu relacionamento fetichista. Mas o que os infantilistas temem tanto em saírem das telinhas dos computadores e encontrar outros infantlistas? E mais, por que é tão importante que a comunidade de o passo seguinte e passe de fato a conhecer outros infantilistas?
Hoje, em todo Brasil, somos entre trezentos ou quatrocentos infantilistas inscritos com seus Fakes em algum site de rede de relacionamentos como o orkut, face-book ou twist e em minhas conversas com a grande maioria, poucos respondem a fatídica pergunta “Você conhece algum infantilista fora da internet?” de forma positiva. É fato que muitos baunilhas (aqueles que seguem uma linha padrão de relacionamento e prazer) não entenderiam ou mesmo aceitariam o infantilismo de forma natural, mas e quanto a nós mesmo, o que pensamos uns dos outros? Acredito que a grande maioria de infantilistas tem por objetivo principal encontrar alguém que compartilhe dos seus desejos, mas será isso possível virtualmente, como alguém pode realmente formar um vinculo duradouro se a grande maioria não está disposta, até o momento, de conhecer outras pessoas que compartilham dos mesmos desejos. Me aprofundando mais ainda na mente de cada leitor peço que cada um se faça a seguinte pergunta: “Será que eu aceito meu infantilismo?”.
É comum nós projetarmos a nós e nossas concepções a quem conhecemos como um meio de defesa onde definimos quem é realmente confiável ou não. Dentro dessa lógica será que nos vemos como monstros, será que realmente aceitamos nossos desejos. Essa é uma questão extremamente polemica e penso até que talvez eu esteja alfinetando muitos leitores mas isso não muda o fato que precisamos mudar nossas estratégias para encontrar parceiros pois a atual está pouco efetiva. Como a exemplo de outros fetiches mais maduros no Brasil é perceptível o mesmo processo. O sado-masoquismo e a podolatria, por exemplo, já estiveram em sua faze de anonimato entre os participantes mas entenderam, com o tempo, a necessidade de saírem do “armário” para serem felizes e exercerem seus desejos. Com o infantilismo, obviamente, este processo não seria diferente.
A internet, certamente, é um meio maravilhoso para conhecer outros infantilistas, entender os interesses dos outros e até mostrar provas por meio de imagens e histórias de que não estamos sozinhos nessa jornada de volta as fraldas, mas não estamos falando de imaginação e sim de acontecimentos reais, viver a fantasia e não somente observa-la. Isto é perfeitamente possível e não há qualquer vergonha em querer sentir tal prazer novamente. Mas isso não será possível com um teclado e um mouse entre os dedos.
Enfim, aqui vai meu apelo a aqueles que querem viver a fantasia e realmente encontrar seus parceiros, saiam mais, organizem vocês os encontros com pessoas próximas as suas cidades, criem grupos que atendam as regiões próximas as suas localidades. Como digo a alguns amigos infantilistas “nossos desejos são um incrível e maravilhoso paradoxo, nós devemos crescer para sermos plenamente capazes de regredir” e mais uma vez nossos problemas atuais me levam a esta lógica, precisamos entender que para conquistarmos nossos objetivos devemos tentar desenvolver nossa comunidade para ir além do que conhecemos hoje, devemos olhar para nós mesmos e dizer o que poderíamos fazer de diferente, qual conduta é a mais adequada para atingir meu objetivo e o que mudar em nós mesmos para que sejamos capazes de confiar mais no próximo. Meu maior desejo é ver, em um futuro próximo, meus amigos infantilistas felizes e realizados com suas mommys e daddys dando e recebendo todo amor que merecem.
Um grande abraço a todos e lembrando que a regra continua, quando mais ricas os comentários mais terei prazer em criar novos artigos para a comunidade infantilista. E não deixem de ler os outros artigos eles também foram feitos com todo carinho para acrescentar algo ao infantilismo brasileiro.